Para ser dador de sangue em Portugal é preciso tomar a decisão, cumprir os requisitos mínimos e, preferencialmente, assumir um compromisso com duração prolongada no tempo. Todos podemos vir a precisar de sangue!
Há muitos mitos e medos em torno da dádiva de sangue, mas as informações disponíveis e os profissionais dedicados ajudam a ultrapassar crenças que podem estar a influenciar negativamente a dádiva deste bem tão necessário.
É seguro dar sangue em Portugal, o setor está regulado por exigência da legislação europeia. Há uma série de comissões de especialistas na área que regularmente reveem os critérios de admissão à dádiva, bem como asseguram que as políticas relacionadas com a segurança do sangue, tecidos, órgãos e células são baseadas na melhor evidência científica disponível.
Requisitos
Todas as pessoas que cumpram os requisitos de elegibilidade básicos – ter mais de 18 anos, pesar um mínimo de 50Kg e ter um estilo e hábitos de vida saudáveis – podem candidatar-se a dador de sangue.
Uma pessoa com 17 anos pode ser candidata a doar sague, mediante consentimento dos pais, representante legal ou quem tenha a guarda de facto e/ou, ainda, em caso de emancipação por casamento de acordo com o estabelecido por lei.
Para uma primeira dádiva, o limite de idade é 60 anos.
Candidatura
Para se candidatar a ser dador, deve dirigir-se a uma Sessão de Colheita ou um Serviço de Colheita de Sangue . Nestes locais deve apresentar um documento de identificação com fotografia e preencher um questionário, sendo feita uma triagem (avaliação clínica e exame físico).
Triagem
A avaliação das pessoas candidatas baseia-se nos requisitos mínimos de elegibilidade e na avaliação individual do risco clínico relacionado com comportamentos da pessoa, com vista a garantir a segurança das pessoas recetoras. Esta triagem compreende um questionário, um exame físico e a realização de análises que servem para se aferir o grupo sanguíneo da pessoa, bem como, nalguns grupos sanguíneos específicos, para testar Hepatite B e C, HIV/SIDA e Sífilis. Podem ser necessárias análises adicionais face a situações específicas. Se não forem identificadas situações de risco, a pessoa candidata poderá dar sangue. É preciso ter presente que a pessoa candidata pode ser recusada ou suspensa.
Necessidade
Todos os grupos de sangue são necessários, mesmo os mais comuns. A necessidade depende da proporção de pessoas que doam e recebem o mesmo tipo de sangue, por exemplo, sendo o grupo sanguíneo mais comum o A+, também é este o grupo sanguíneo mais necessário.
Periodicidade
É aceitável um intervalo mínimo de 2 meses entre dádivas. As mulheres podem fazer um máximo de 3 colheitas de sangue num período de 12 meses e os homens 4 colheiras no mesmo período.
Deveres da Pessoa Dadora de sangue
As pessoas candidatas à dádiva de sangue devem preencher e assinar um consentimento informado, formalizando o seu consentimento para a dádiva de sangue, respondendo com verdade, consciência e responsabilidade às questões colocadas, considerando que se trata da proteção da sua saúde, enquanto dadores, e da saúde das pessoas recetoras, preservando também a qualidade e segurança do componente doado (sangue).
Direitos da Pessoa Dadora de sangue
A pessoa que dá sangue tem direito à salvaguarda da sua integridade física e mental, à informação sobre a dádiva de sangue, à confidencialidade dos dados, ao reconhecimento público, a não ser objeto de discriminação, ao seguro do dador, a ausentar-se das suas atividades profissionais pelo período de tempo necessário para a dádiva de sangue e à acessibilidade gratuita ao estacionamento nos estabelecimentos do Serviço Nacional de Saúde, aquando da dádiva.
Muito embora a cobrança de taxas moderadoras tenha sido suspensa em quase todos os serviços do Serviço Nacional de Saúde (SNS), a pessoa dadora de sangue é elegível para a isenção do pagamento das mesmas, nos termos da legislação em vigor, se tiver efetuado mais de 30 dádivas na vida, se tiver 2 dádivas nos últimos 12 meses à data em que se coloca a questão da isenção, ou se tiver um mínimo de 10 dádivas e estiver impedido temporária ou definitivamente para a dádiva de sangue por razões de ordem médica.
Condicionamentos
Há algumas circunstâncias que podem condicionar – de forma temporária ou permanente – a dádiva de sangue, como sejam, por exemplo, as relacionadas com doenças crónicas, autoimunes ou congénitas, hipertensão e diabetes, anemia, transfusões ou procedimentos cirúrgicos, gravidez e amamentação, alguns tipos de exames médicos, sintomas gripais, historial de viagens recentes ou o tipo de atividade profissional. Veja aqui se as suas circunstâncias individuais condicionam, ou não, a dádiva de sangue.
Cartão de Dador
A “Pessoa Dadora de Sangue” é aquela que, depois de aceite clinicamente, doa, benevolamente e de forma voluntária, parte do seu sangue para fins terapêuticos. A esta pessoa é atribuído o Cartão Nacional de Dador de Sangue, emitido pelo serviço responsável pela colheita, apenas após a realização da primeira dádiva efetiva de sangue. No caso de perda ou furto do Cartão Nacional de Dador de Sangue, e para pedir uma segunda via, deve enviar-se um e-mail para o endereço indicado aqui, indicando o motivo do pedido, o nome completo, data de nascimento, número de utente de saúde e morada atualizada.
Cuidados antes da dádiva
No dia anterior e no dia da dádiva deve reforçar-se a hidratação com água ou chá (natural), evitar grandes períodos de exposição solar e tomar o pequeno almoço. Não se deve fazer uma refeição demasiado abundante mesmo antes da dádiva.
Cuidados após a dádiva
No dia da dádiva deve-se continuar a hidratação, evitar grandes períodos de exposição solar e o exercício físico. Poder-se-á voltar à atividade normal, sendo que estão identificadas algumas atividades profissionais que requerem uma atenção particular.
Informações e links úteis
Informações sobre o Estatuto do Dador de Sangue
Informações sobre o Seguro do Dador de Sangue
Esclarecimentos sobre o Seguro do Dador de Sangue
Para informações sobre o Cartão Nacional de Dador de Sangue, envie um email para cartao at ipst.min-saude.pt
Para informações gerais sobre a dádiva de sangue, envie um email para gabrp at ipst.min-saude.pt
Encontrar um local onde dar sangue
Informações mais detalhadas sobre ser dador e a dádiva
Outras informações úteis no site do IPST - Instituto Português do Sangue e da Transplantação, IP