Carta de repreensão

Boa noite,

solicito o vosso esclarecimento para a seguinte situação;
A empresa para a qual trabalho solicitou para que eu marca-se a minha presença numa formação. Marquei a mesma para o dia 02 de outubro, contudo faltei dado que teria de fazer uma deslocação de 120 km (porto) e não dispunha de dinheiro devido a uma situação familiar que considero mais urgente. Quando confrontada com a minha chefia, por vergonha e crendo que esta compreenderia disse que não fui porque não me encontrava disposta a ir. Esta solicitou para que envia-se uma justificação por escrito indicando o motivo. Obedeci e indiquei que não compareci por motivos pessoais. Marcaram-me novamente formação mas desta vez em Lisboa a 16.10, (311 Km).
Fiquei indignada, contactei a chefia e informei de que não dispunha nem de transporte que me permitisse estar presente a horas (10:00H), nem de dinheiro para a deslocação. A minha chefia não me deu uma resposta ou orientação pelo que contatei o responsável pela formação (RH) e decidiram " abrir uma excepção" e dar-me o adiantamento do dinheiro. A viagem ficou carissima pois tive de fazer uma parte de taxi e outra de comboio. Quando a minha chefia teve conhecimento do valor disse-me que eu deveria pagar a diferença entre a deslocação ao porto e a Lisboa. Para surpresa minha sem qualquer outra conversa, a minha chefia pretendeu que posteriormente numa reunião a 24.10 eu assina-se uma carta de repreensão por ter faltado á formação do Porto. A minha duvida é; sou obrigada a marcar presença nas formações mesmo tendo em conta os imprevistos como foi o caso, falta de possibilidades? A empresa pode obrigar-me a assinar a carta de repreenção depois de eu ter compareciso á formação de lisboa? A empresa pode exigir a devolução do dinheiro? A minha chefe pode fazer toda esta pressão psicologica?
Peço desculpa se fiz muitas perguntas mas necessito mesmo do vosso esclarecimento.
Agradecida por tida a atenção,
Malika

Cara Malika, bom dia.

Atender às formações marcadas/disponibilizadas pelo empregador é um dever do trabalhador. Claro que deve haver espaço para imprevistos e para "situações familiares" que impedem o trabalhador de frequentar a formação. E havendo alternativas, deve ser dada a oportunidade de frequentar a formação numa altura/local diferente, que foi o que a empresa fez.

Quanto à carta de repreensão, se apresentou a justificação para ter faltado à formação do Porto, não compreendemos porque teria de assinar tal documento se, ainda para mais, frequentou a formação em Lisboa.

No que respeita à devolução do dinheiro, não nos parece adequado, uma vez que teve os custos inerentes à deslocação. Quanto muito ficaria a seu cargo a diferença entre os custos de deslocação ao Porto, que era a primeira opção da empresa, e a Lisboa, onde esteve porque não foi possível frequentar a formação no Porto.

A "pressão psicológica" e as "ameaças" são uma "má forma" de relacionamento entre empregador e trabalhador e podem ser motivo de grandes problemas (como, por exemplo, o despedimento ou a demissão com justa causa). Sugerimos-lhe que avalie a evolução da situação, não faça nada a "quente" pois, por norma, não dá bom resultado.

Muito Obrigado pelo esclarecimento dado.

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