Neto cuidador de avó pode pedir compensação a filhos hereditários?
Sou neto, vivi durante 38 anos com a minha avó, que faleceu à sensivelmente 2 anos com 88 anos de idade. A minha falecida avó tem uma filha (minha tia materna) que está a trabalhar no estrangeiro, à mais de 36 anos, nunca tomou conta da sua mãe, das suas obrigações de filha, de cuidar e zelar a sua mãe, sabendo da idade avançada de sua mãe e que esta já não podia fazer o seu dia a dia normal sem auxílio de uma pessoa, somente vinha a casa 15 dias por ano para passar férias.
Eu como nasci na casa da minha avó, vivi, convivi e cuidei dela durante 38 anos, sendo que, quando eu tinha 12 anos de idade, a minha avó em testamento deixou a sua herança para a filha, embora, não estando escrito no testamento, a filha durante mais de 30 anos prometeu várias vezes à minha avó e à minha pessoa , que quando a minha avó necessitasse de auxilio doméstico e de cuidados de saúde que vinha cuidar da minha avó, pois esta não queria ir para um lar, queria viver a sua velhice na sua casa, mas a filha nunca veio.
Encontrou sempre as mesmas desculpas, prometia que vinha, que quando a minha avó encamasse que vinha, depois porque a sua vida era no estrangeiro e não podia, mas nunca veio cumprir o que prometeu, simplesmente a única coisa que interessou à filha foi a herança.
Sinto-me enganado, sempre esperei que a filha cumprisse com o prometido de cuidar da minha avó, a filha era e é solteira, sempre podia conseguir um trabalho em Portugal ou tomar conta da minha avó, mas não.
Sinto-me enganado, até inclusive explorado, por a minha tia ter esta esperteza, quis a herança mas não os encargos de cuidar da minha avó, agora quer que eu desocupe a casa da minha falecida avó herdada por herança, tudo bem, a casa é dela, mas, acho injusta esta situação.
Posso intentar alguma ação judicial contra a minha tia, por ter cuidado da minha avó 36 anos? É injusto cuidar das obrigações dos filhos e ainda ser despejado sem direito algum. Não me afecta, tenho a casa de minha mãe, mas é injusto, sinto-me enganado, desrespeitado e explorado... tipo, aproveitei-me de ti mas agora como não necessito, rua...