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Medidas de prevenção face ao calor e às temperaturas elevadas

De acordo com previsões do Instituto Português do Mar e da Atmosfera espera-se um aumento da temperatura máxima, que nas regiões do litoral deverá atingir os 30ºC, sendo que, no interior do país, estará acima dos 35ºC. Os níveis de radiação ultravioleta estarão, também, muito altos.

Para fazer face a esta situação, a Direção-Geral da Saúde (DGS) recomenda a adoção de medidas de prevenção, com particular enfoque para a população mais vulnerável ao calor, nomeadamente crianças, grávidas, idosos e doentes crónicos.

DGS - Plano de Contingência para Ondas de Calor - 2010

População em geral:

  • Aumentar a ingestão de água ou sumos de fruta natural sem adição de açúcar;

  • Evitar o consumo de bebidas alcoólicas;

  • Nos períodos de maior calor procurar permanecer em ambientes frescos;

  • Evitar, sempre que possível, atividades que exijam grandes esforços físicos, nomeadamente atividades desportivas e de lazer;

  • Evitar a exposição direta ao sol entre as 11 e as 17 horas;

  • Fora de casa, utilizar roupa solta, opaca e que cubra a maior parte do corpo, chapéu de abas largas, óculos com proteção contra radiação UVA e UVB e protetor solar com fator igual ou superior a 30. Em praias e piscinas renovar a aplicação de protetor solar de 2 em 2 horas e após os banhos;

  • Os trabalhadores no exterior devem proteger-se de forma adequada, nomeadamente fazendo uma boa hidratação e pausas regulares em locais mais frescos;

  • Ao viajar de carro escolha as horas de menor calor. A permanência de pessoas dentro de viaturas expostas ao sol, especialmente se forem crianças, grávidas ou idosos, deve ser evitada.

Situações específicas:

  • Uma vez que as pessoas idosas são particularmente vulneráveis, é importante que os familiares e vizinhos estejam atentos à necessidade de ingestão frequente de líquidos e de assegurar um ambiente fresco;

  • As crianças com menos de 6 meses não devem ser sujeitas a exposição solar pelo que não se aconselha a sua ida à praia. As crianças com menos de 3 anos e devem evitar a exposição direta ao sol;

  • As grávidas deverão ter cuidados especiais. Devem assegurar as recomendações de hidratação (ingestão frequente de líquidos), tal como evitar a exposição direta ao sol. Deverão, igualmente, moderar a atividade física;

  • As pessoas que sofram de doença crónica ou estejam a fazer uma dieta com pouco sal ou com restrição de líquidos devem seguir as recomendações específicas do seu médico.

10-cuidados-para-evitar-os-efeitos-indesejados-do-calorEm 15 de maio de 2014, a DGS ativou o Plano de Contingência para Temperaturas Extremas Adversas, em articulação com as autoridades de saúde das várias regiões e outros parceiros relevantes para a sua implementação. O Módulo Calor daquele plano é um instrumento estratégico, que tem como objetivo promover a proteção da saúde das populações contra os efeitos negativos dos períodos de calor intenso. Para tal, este plano baseia-se num sistema de previsão, alerta e resposta apropriada, podendo ser alargado em função das condições meteorológicas.

A Divisão de Saúde Ambiental e Ocupacional da DGS disponibiliza uma área específica com recomendações e orientações sobre o verão. Para aceder a essa informação consulte o "Especial verão" ou ligue para a Linha Saúde 24 (808 24 24 24).

Em muitas actividades laborais, quer pela sua natureza quer pela inadequabilidade dos espaços onde são desenvolvidas, os trabalhadores encontram-se expostos a condições ambientais adversas, nomeadamente no Verão, no que se refere às condições térmicas e exposição à radiação ultravioleta (UV).

Assim, no sentido de mitigar os efeitos nefastos provocados por temperaturas ambientais elevadas, é importante que se adoptem medidas para assegurar que, no exterior, os postos de trabalho reúnam as condições necessárias para que os trabalhadores estejam, adequadamente, protegidos contra as condições atmosféricas.

Medidas gerais de prevenção

Organização do trabalho

  • Identificar os factores de risco relacionados com o trabalho

  • Temperatura ambiente elevada;

  • Pouca circulação de ar ou circulação de ar muito quente;

  • Calor libertado por máquinas, por produtos ou por procedimentos de trabalho;

  • Utilização de produtos químicos, particularmente solventes e tintas;

  • Tarefas que exijam grande esforço físico;

  • Insuficientes pausas de recuperação;

  • Vestuário de trabalho inadequado e que impeça a evaporação do suor;

  • Identificar os factores de risco relacionados com o trabalhador

  • Doenças recentes e/ou crónicas, como doenças cardiovasculares, respiratórias, metabólicas e neuropsiquiátricas;

  • Consumo de alguns medicamentos;

  • Desconhecimento do perigo que podem representar o calor e a radiação UV;

  • Dificuldade de adaptação ao calor;

  • Má condição física;

  • Falta de descanso;

  • Utilização de vestuário muito apertado e muito quente;

  • Consumo de água insuficiente;

  • Consumo excessivo de alimentos ricos em gorduras, de álcool ou de tabaco;

  • Evitar, quando possível, a realização de trabalhos no exterior, quando as temperaturas se encontrem mais elevadas, e a exposição directa ao sol, especialmente no período entre as 11 e as 17 horas;

  • Garantir que a organização do trabalho permite que o trabalhador se adapte ao ritmo de trabalho de acordo com a sua tolerância ao calor;

  • Prever a possibilidade da redução do ritmo de trabalho no caso de se verificarem temperaturas elevadas;

  • Organizar pausas suplementares nas horas de maior calor.

Edifícios

  • Prever zonas de sombra ou abrigos climatizados que possam ser utilizados;

  • Nos edifícios utilizados, providenciar medidas correctivas possíveis para prevenir o calor (instalação de estores, persianas e climatização);

  • Garantir ventilação e climatização nos edifícios;

  • Garantir ventilação eficaz nos locais com maior risco de poluição;

  • Utilizar termómetros para monitorização da temperatura ambiente.

Bebidas

  • Disponibilizar água potável aos trabalhadores - pelo menos 3 litros de água por dia e por trabalhador.

Vigilância

  • Recomendar aos trabalhadores a vigilância interpares do aparecimento de sinais ou sintomas associados ao calor.

Sensibilização

  • Garantir a divulgação, por parte do departamento de saúde ocupacional da empresa, de informação sobre os riscos relacionados com o calor, as formas de os prevenir, os sinais e sintomas associados a temperaturas elevadas e as medidas a serem tomadas no caso de se verificar sintomatologia associada ao excesso de calor.

Medidas individuais de prevenção

Vestuário

  • Usar peças de vestuário leves, de preferência de algodão e de cor clara, uma vez que estas reflectem o calor e a luz solar e ajudam o corpo a manter as temperaturas normais.

Bebidas

  • Beber, pelo menos, 1,5 litros de água por dia ou, no caso de trabalhos no exterior, o equivalente a um copo de água com uma periodicidade de 15-20 minutos, mesmo que não tenha sede e se não houver contra-indicação;

  • Não consumir bebidas alcoólicas e com elevados teores de açúcar.

Diversas

  • Sempre que o trabalho seja efectuado no exterior, deve-se preconizar a utilização de protectores solares (com índice >30) e haver a preocupação de proteger a cabeça (boné, capacete) e os olhos (se possível, óculos de sol com protecção contra radiação UVA e UVB); 

  • Redobrar os cuidados se tiver antecedentes de doença ou se estiver a tomar medicamentos.

Sinais de alerta e acções a desenvolver

Os primeiros sinais de um golpe de calor incluem:

  • Modificação do comportamento habitual;

  • Grande fraqueza e/ou fadiga;

  • Tonturas, vertigens, perturbações da consciência, convulsões;

  • Náuseas, vómitos, diarreia;

  • Cãibras musculares;

  • Temperatura corporal elevada;

  • Sede e dores de cabeça.

As acções a desenvolver incluem:

  • Transportar a pessoa para a sombra ou para dentro de um compartimento fresco e aliviar-lhe o excesso de roupa;

  • Fazer o máximo de arejamento possível;

  • Pulverizar o corpo com água fresca;

  • Dar água se a pessoa estiver consciente;

  • Contactar um médico;

  • Contactar o serviço Saúde 24 – 808 24 24 24 ou o número de emergência 112.

Fonte: Direção Geral da Saúde

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