Mulheres vítimas de violência - Everyday and Everywhere.
A Agência dos Direitos Fundamentais da União Europeia (FRA) apresentou os resultados do maior estudo feito até agora sobre a violência contra as mulheres, revelando a extensão dos abusos sofridos em casa, no trabalho, em público e virtualmente. O relatório expõe a violência contra as mulheres adultas e a violência física e sexual sofrida pelas mulheres na infância.
O estudo revela que 33% das mulheres dos 28 Estados-Membros da União Europeia (UE) são vítimas de violência física e/ou sexual desde os 15 anos de idade, que 7% das mulheres - cerca de 13 milhões - destes 28 Estados-Membros da UE sofreram violência física e que 1 em cada 20 mulheres - 5% - foi vítima de violação desde os 15 anos de idade.
O relatório indica que 67% das mulheres vítimas de violência não reportaram o incidente de maior gravidade à polícia ou a uma organização de apoio à vítima, sendo que se evidencia que as mulheres vítimas de violência não chegam a ter contacto com o sistema de justiça ou outros serviços.
O inquérito perscrutou, sobretudo, as experiências de violência física, sexual e psicológica - incluindo a violência doméstica - das mulheres, mas também a perseguição e o assédio sexual, assim como o papel das novas tecnologias no abuso de mulheres. O inquérito também se debruçou sobre as experiências de violência na infância.
Os principais resultados decorrentes das respostas obtidas nos 28 Estados-Membros da UE mostram que:
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33% das mulheres - cerca de 62 milhões - sofreram violência física/sexual desde os 15 anos.
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22% das mulheres sofreram violência física/sexual por um parceiro.
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5% das mulheres foram violadas.
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1 em cada 10 mulheres que sofreram violência sexual por desconhecidos, indicam o envolvimento de mais de um autor no incidente de maior gravidade.
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43% das mulheres sofreram algum tipo de violência psicológica por um parceiro.
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A humilhação pública, a proibição de sair de casa, a obrigação de assistir a pornografia e a ameaça de violência são as formas de de violência psicológica mais frequentes.
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33% das mulheres têm experiências de violência física ou sexual na infância, às mãos de um adulto.
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12% das mulheres tiveram experiências de violência sexual na infância com homens desconhecidos.
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As formas de abuso sexual na infância tipicamente envolvem um adulto expondo seus órgãos genitais ou o toque nos órgãos genitais ou seios da criança.
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18% das mulheres sofreram de perseguição desde os 15 anos de idade.
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5% das mulheres - cerca de 9 milhões - sofreram de perseguição nos 12 meses anteriores ao inquérito.
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21% das mulheres que sofreram perseguição disseram que esta durou mais de 2 anos.
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11% das mulheres foram alvo de avanços inadequados em sites sociais ou por correio eletrónico ou telemóvel (sms) com mensagens de sexo explícito.
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20% das mulheres jovens, entre 18 e 29 anos, foram vítimas de assédio virtual (Internet, correio eletrónico e telemóvel).
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55% das mulheres sofreram algum tipo de assédio sexual.
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32% das mulheres vítimas de assédio sexual identificaram o autor como sendo um chefe, colega ou cliente.
Para este estudo foram entrevistadas mais de 42 mil mulheres nos 28 Estados-Membros da UE, com idades compreendidas entre os 18 e os 74 anos de idade no momento da entrevista. Todas as entrevistadas foram selecionadas aleatoriamente e os resultados da pesquisa são representativos tanto a nível da UE como a nível nacional.
A violência contra as mulheres é uma violação dos direitos fundamentais das mulheres no que diz respeito à dignidade e igualdade. Impõem-se medidas destinadas a combater e prevenir a violência contra as mulheres ao nível da União Europeia e a nível nacional.
Acesso ao estudo da Agência dos Direitos Fundamentais da União Europeia.
Contactos de instituições de apoio, encaminhamento e protecção às vítimas de violência em Portugal.
Fonte e mais informação no site da Agência dos Direitos Fundamentais da União Europeia (FRA).
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