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Mudança Controversa: Emigrantes Portugueses Agora Classificados como 'Inativos' no SNS

A recente decisão do governo português de reclassificar emigrantes portugueses como "inativos" no Serviço Nacional de Saúde (SNS) iniciou um debate intenso e complexo. Esta mudança tem implicações significativas para a comunidade de emigrantes portugueses, afetando seu acesso a serviços de saúde em Portugal.

Historicamente, os emigrantes portugueses mantinham o mesmo status no SNS que os residentes no país. Isso permitia que, durante visitas a Portugal, tivessem acesso a cuidados de saúde nos mesmos termos que os cidadãos residentes. A reclassificação como "inativos" significa que os emigrantes agora podem enfrentar mais barreiras ao aceder a serviços de saúde durante as visitas a Portugal.

Esta decisão surge num contexto de crescentes desafios financeiros e operacionais no SNS. O governo defende que a medida é necessária para garantir a sustentabilidade do sistema de saúde, particularmente em face do envelhecimento da população e do aumento dos custos de saúde. Contudo, críticos argumentam que a medida é injusta para os emigrantes, muitos dos quais contribuem ou contribuíram para o sistema de segurança social em Portugal.

Um dos principais pontos de controvérsia é o impacto desta medida na ligação dos emigrantes à sua terra natal. Muitos emigrantes sentem que esta decisão os desvincula ainda mais de Portugal, diminuindo seu senso de pertença e identidade nacional. Além disso, há preocupações sobre como isso pode afetar as visitas dos emigrantes a Portugal, especialmente para aqueles que procuram cuidados de saúde durante estadias mais longas.

Organizações de defesa dos direitos dos emigrantes (1) têm levantado questões sobre a equidade da decisão. Eles argumentam que muitos emigrantes mantêm laços económicos e sociais fortes com Portugal e que deveriam ter o direito de utilizar o SNS em igualdade de condições com os residentes. Além disso, existe a preocupação de que a mudança possa desencorajar os portugueses a emigrar, sabendo que perderão acesso a benefícios de saúde em seu país de origem.

A discussão também se estende ao impacto desta medida nos acordos internacionais de Portugal. A União Europeia, por exemplo, tem diretivas específicas sobre o acesso aos cuidados de saúde para cidadãos de outros Estados-membros. A nova política pode entrar em conflito com esses acordos, levantando questões legais e diplomáticas.

A nível prático, a reclassificação pode levar a um aumento da burocracia para os emigrantes que precisam de cuidados de saúde em Portugal. Eles podem ter que passar por processos mais complicados para provar sua elegibilidade para o acesso a serviços de saúde ou para serem reembolsados pelos custos incorridos. (2)

Em resposta à controvérsia, o governo tem enfatizado a necessidade de equilibrar os direitos dos emigrantes com as realidades financeiras do SNS. Algumas medidas compensatórias foram sugeridas, como acordos especiais para emigrantes que retornam frequentemente a Portugal ou que mantêm contribuições para a segurança social portuguesa.

Em conclusão, a reclassificação dos emigrantes portugueses como "inativos" no SNS é uma questão complexa com implicações profundas. Enquanto o governo busca garantir a sustentabilidade do sistema de saúde, os emigrantes enfrentam incertezas quanto ao seu acesso a cuidados de saúde em Portugal. Este é um debate que continuará a evoluir, refletindo as tensões entre as políticas nacionais de saúde e os direitos dos cidadãos no exterior.

(1) Estas organizações incluem o movimento "Também somos portugueses", fundado por Paulo Costa, e a Unidade de Saúde Familiar - Associação Nacional (USF-AN). O movimento "Também somos portugueses" expressou preocupações sobre a falta de debate e aviso prévio em relação à implementação dessa medida. Por outro lado, a USF-AN, representada por Nelson Magalhães, destacou o impacto da medida sobre os utentes emigrados e as consequências para a organização do sistema de saúde​​​​​​. Rádio Regional - Emigrantes Portugueses vão passara a Pagar Assistência Médica em Portugal, Jornal Económico: Classificação dos emigrantes portugueses como “inativos” no SNS revolta diáspora, Jornal Eco: Emigrantes portugueses vão ficar “inativos” no SNS e pagar os serviços em Portugal

(2) Os emigrantes portugueses podem utilizar o Cartão Europeu de Seguro de Doença (CESD) emitido por outro país no Serviço Nacional de Saúde (SNS) de Portugal. Tal como os cidadãos estrangeiros, com o CESD, os emigrantes poderão receber assistência médica durante uma estadia temporária em Portugal, tal como em outros países da União Europeia, Islândia, Liechtenstein, Noruega ou Suíça.
O CESD garante aos seus titulares o mesmo acesso aos cuidados de saúde do setor público que os cidadãos do país que estão a visitar. Caso precisem de tratamento médico num país onde os cuidados de saúde não são gratuitos, os portadores do cartão serão reembolsados imediatamente ou mais tarde, quando regressarem ao seu país. Este cartão é particularmente útil em situações de deslocação temporária, como férias, viagens de negócios ou estudos no estrangeiro, mas não abrange situações em que a pessoa se desloca a outro Estado especificamente para receber tratamento médico.
É importante notar que o CESD só pode ser utilizado em prestadores de cuidados de saúde abrangidos pelo regime de seguro de doença estabelecido pela lei do país de acolhimento e não abrange prestadores do setor privado. Portanto, os emigrantes portugueses com este cartão devem procurar serviços de saúde públicos ou convencionados nos países onde pretendem utilizar o cartão. SNS - Cartão Europeu de Seguro de Doença

 

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