O seu horário de trabalho parece irregular e ilegal, pois não respeita os limites e as regras estabelecidos pela lei portuguesa.
De acordo com o Código do Trabalho (
sabiasque.pt/codigo-do-trabalho.html
), o período normal de trabalho não pode exceder as 8 horas diárias e as 40 horas semanais. No entanto, há algumas exceções para os trabalhos por turno e noturno, que podem ter um período normal de trabalho superior, até ao limite de 12 horas diárias. No seu caso, parece que está a trabalhar por turnos e à noite, pelo que poderia ter um horário de 12 horas diárias. No entanto, mesmo assim, o seu horário não cumpre outras normas legais, como:
• O intervalo de descanso diário entre dois períodos de trabalho consecutivos deve ser de, pelo menos, 11 horas seguidas. No seu caso, só tem 8 horas de descanso entre os turnos de 20h00-8h00 e 00h00-8h00.
• O período de descanso semanal deve ser de, pelo menos, um dia completo, acrescido de 11 horas do período de descanso diário. No seu caso, só tem um dia de descanso (12) entre os turnos de 20h00-8h00 e 00h00-8h00.
• O horário de trabalho por turnos deve ser organizado de forma a que os trabalhadores mudem de turno periodicamente, salvo acordo em contrário. No seu caso, está a trabalhar sempre no mesmo turno noturno.
• O trabalho noturno deve ser pago com um acréscimo de 25% em relação ao trabalho diurno. Não sabemos se este é o seu caso, mas espero que sim.
Portanto, o seu horário de trabalho parece-me uma situação de abuso e de violação dos seus direitos como trabalhador. Para resolver a sua situação, pode tomar as seguintes medidas:
• Tentar dialogar com a sua entidade patronal e exigir que lhe alterem o horário de trabalho para cumprir as normas legais.
• Denunciar a sua entidade patronal à Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT), que é a entidade responsável por fiscalizar e sancionar as situações de trabalho irregular ou precário. Pode apresentar uma queixa online ou contactar os serviços da ACT da sua área de residência (
portal.act.gov.pt/Pages/Contactos.aspx
). A ACT irá averiguar o seu caso e tomar as medidas necessárias para regularizar a sua situação e aplicar as coimas à entidade patronal.
• Procurar apoio jurídico ou sindical para defender os seus direitos e interesses. Pode contar com a ajuda de um advogado ou de um sindicato da sua área profissional para esclarecer as suas dúvidas e para eventualmente recorrer aos tribunais, se for necessário.
Esperamos ter sido úteis com esta informação.