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Mortes prematuras relacionadas com a poluição do ar

Estimativas divulgadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em Março 2014, revelam que em 2012 cerca de 7 milhões de pessoas morreram como resultado da exposição à poluição do ar. Este é, hoje, o maior risco ambiental para a saúde mundial.

Esta estimativa - cerca de 7 milhões de pessoas mortas em consequência da exposição à poluição do ar - mais do que duplica as estimativas anteriores e confirma que a poluição do ar é hoje o maior risco ambiental para a saúde, sendo fundamental reduzir a poluição do ar para salvar milhões de vidas.

Estes novos dados da OMS revelam uma relação mais evidente entre a exposição à poluição do ar (interior e exterior) e as doenças cardiovasculares (como acidente vascular cerebral e doença isquémica do coração), assim como o cancro. Isto a somar ao papel da poluição do ar no desenvolvimento de doenças respiratórias, incluindo infeções respiratórias agudas e doenças pulmonares obstrutivas crónicas.

As estimativas agora apresentadas baseiam-se num maior conhecimento sobre as doenças causadas pela poluição do ar, assim como numa melhor avaliação da exposição humana a poluentes do ar, através do uso de melhores instrumentos de medição e tecnologias. Isto permitiu fazer uma análise mais detalhada dos riscos para a saúde a partir de uma distribuição demográfica mais ampla que inclui áreas rurais e urbanas.

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Em 2012, os países de rendimentos médios e baixos nas regiões que a OMS designa como Sudeste Asiático e Pacífico Ocidental, tiveram a maior carga em termos de mortes relacionadas com a poluição do ar, com um total de 3,3 milhões de mortes ligadas à poluição do ar interior e 2,6 milhões de mortes relacionadas com a poluição do ar exterior. A OMS estima que 4,3 milhões de mortes podem relacionar-se com a poluição do ar interior, em casas onde se cozinha em fornos a carvão, madeira ou biomassa. No caso da poluição do ar exterior, a OMS estima que houve 3,7 milhões de mortes em todo o mundo a partir de fontes urbanas e rurais.

Considerando que muitas pessoas estão expostas tanto à poluição do ar interior como exterior, e que existe uma sobreposição da mortalidade atribuída às duas fontes, não se pode simplesmente somar os valores. Daí a estimativa total de cerca de 7 milhões de mortes por exposição à poluição do ar em 2012.

Foi incluída nesta avaliação a discriminação das mortes atribuídas a doenças específicas, sublinhando que a grande maioria das mortes é devida a doenças cardiovasculares, como se segue.

Mortes causadas por exposição a poluição do ar exterior - distribuição por doença:

Mortes causadas por exposição a poluição do ar interior - distribuição por doença:

A informação apresentada é baseada nos dados da OMS sobre a mortalidade em 2012, assim como na constatação dos riscos da exposição à poluição do ar para a saúde. As estimativas foram formuladas através de um novo sistema de mapeamento global de dados. Foram incorporados dados de satélite e de monitorizações/medições efetuadas no solo, assim como dados sobre as emissões de poluentes de fontes principais e de modelos de flutuação e derivação da poluição no ar.

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A divulgação deste estudo é um passo significativo no cumprimento do roteiro da OMS para a prevenção de doenças relacionadas com a poluição do ar. Este processo envolve a criação de uma plataforma da OMS sobre a qualidade do ar e a saúde que permita gerar dados fiáveis sobre doenças relacionadas com a poluição do ar e um reforço no apoio a países e cidades por meio de orientações, informações e provas sobre os ganhos na saúde através de intervenções chave.

A OMS lançará - ainda este ano - diretrizes sobre a qualidade do ar interior respeitante à utilização de combustível doméstico, assim como dados sobre exposição a poluição do ar interior e exterior e mortalidade relacionada e uma atualização das medições da qualidade do ar em 1600 cidades do mundo.

Fonte: http://www.who.int/en/